Pessoas de 53 nacionalidades apoiadas pela Cáritas de Braga no último ano
A Cáritas de Braga apoiou, em 2024, cerca de três mil pessoas de 53 nacionalidades, sendo os beneficiários de origem portuguesa os que têm maior expressão, representando 43,2% do total. Os diferentes serviços da instituição, desde apoios alimentares à habitação, chegaram, ainda, a cidadãos de nacionalidade brasileira (20,8%), colombiana, (4,5%), venezuelana, (2,8%) e oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (12,9%), como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, o que reflete uma forte ligação histórica e linguística entre estas comunidades e Portugal.
Para além destes grupos mais representativos, a Cáritas de Braga acompanhou de perto migrantes de outras latitudes, nomeadamente da América Latina (colombianos, venezuelanos, argentinos e peruanos), Norte de África e Médio Oriente (marroquinos, argelinos, iranianos e iraquianos) e da Europa de Leste (ucranianos, romenos e russos), refletindo fluxos migratórios ligados a situações de instabilidade nos seus países de origem.
Patrícia Ferreira, responsável pela Estrutura de Acolhimento Temporário para migrantes, dá conta que, em relação aos beneficiários que chegam de outros países, a barreira linguística é um dos principais fatores que condicionam a construção de um projeto de vida e adaptação ao nosso país. “Outra dificuldade que, também, temos sentido baseia-se nas diferenças culturais no que toca à forma de viver e de trabalhar. Recebemos muitos cidadãos com baixas competências a nível de hábitos de higiene pessoal e habitacional, o que causa algumas dificuldades ao longo das suas trajetórias quer no mercado de trabalho, integração e relação com os pares, quer numa futura autonomização em casa”, elucida a responsável.
“As pessoas chegam à Cáritas de Braga, quer portugueses ou estrangeiros, com diferentes necessidades e, através dos nossos serviços, por exemplo, a ajuda alimentar, orientação para habitação, acompanhamento psicossocial ou apoio ao emprego, transformamos estas vidas em caminhos reais de autonomia e dignidade”, acrescenta Eva Ferreira, diretora técnica.